Em tempos efêmeros e frívolos, em que todos são muito ocupados, mas não podem parar um minuto de tirar os olhos de seus smartphones, para dar 'Oi', ou puxar conversa no metrô, enquanto viajam até seus respectivos compromissos, um mundo em que todos são populares e descoladas, e estão em alta nas redes sociais, em relacionamentos perfeitos e vidas deslumbrantes.
Porém, a realidade desta "perfeição" não passa de uma exposição falsa e inescrupulosa, para fingir felicidade, quando na verdade a sociedade está perdendo a atração de trocar olhares, conversas e ideias, para deixar o egoísmo em evidência e a arrogância em destaque, esquecendo a amizade e afeição em estar juntos por cumplicidade e simpatia.
Vivemos em tempos sombrios de humanidade, em que relações só são desfrutadas se tiver algo em troca, ou supremacia de poder e domínio de algo ou algum lugar, caso contrário, você sempre será a esquisita e esquecida sem importância que fica no canto, enquanto a "alta-roda" comemora suas reles e frívolas vidas, baseadas no próprio ego e orgulho.
Tudo isso não é ilusão ou indireta à ninguém, basta sair e andar pelas ruas, metrôs, shoppings, bares, ou qualquer outro lugar, e verá que os grupinhos estão fechados e para entrar, não basta puxar papo na mesa ou lado, ou seguir conversando até a estação de embarque, têm que ter ATRÍBUTOS favoráveis e rentáveis, para SER reconhecido, pois conversa amistosa não chega mais em lugar algum, nem mesmo aquela paquera depois de umas cervejas no bar, pois até para isso, não cola mais. Afinal, as pessoas não sabem mais conversar, se não for para se amostrar e falar sobre si mesmo, praticamente vivemos na doutrina da EGOLATRIA, aonde a sua identidade não vale nada perto do outro, pois ELE sempre será o assunto mais importante e interessante do momento.
"Empty spaces fill me up with holesDistant faces with no place left to goWithout you within me I can find no restWhere I'm going is anybody's guess"
(trecho da canção Incomplete, dos Backstreet Boys)
Então, àqueles que ainda acreditam na conversa amiga e compreensível para adentrar ao grupo dos seletos, fica as margens, vendo individualismo predominar, e o diálogo minguando dia a dia, pois as bolhas vão se fechando e a sociedade se tornando mais banal, inconsistente e presumida, resumindo apenas eu dizer sobre você mesmo, sem olhar nos olhos de mais ninguém, nem de si, já que até os espelhos não são mais encarados, quão os selfies das câmeras dos celulares.
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