Corre-corre, falta de tempo, rotina árdua e estresse exacerbado, essas são alguns adjetivos comuns nos dias atuais, todos estamos cansados e exaustos, mas ninguém dá o braço a torcer, ainda mais porque em um mundo consumista e que visa apenas o TER, quem não corre atrás é o medíocre.
Pessoas acordam duas horas antes, para chegar ao serviço, e lá ser devorado que como uma sucuri engolindo um boi, e depois de destroçado, é cuspido como catarro pigarra na garganta.
Li alguns tempos atrás que a Cidade do México é onde as pessoas demoram mais tempo para se locomover de um canto ao outro, chegando em média de 2 a 3 horas por dia apenas no tráfego da cidade. Mas, se formos observar São Paulo não anda diferente, já que as vias estão abarrotadas de veículos, além dos vagões de trens ou metrôs e também nos ônibus. Todos com pressa, irritados, ignorantes até mesmo as leis da física, subindo em cima mesmo, só para chegar primeiro e fazer média e mostrar superioridade.
Mas, até quando a pressa exagerada vale uma vida? Por que sair duas horas antes, se todos sabemos que chegaremos sempre 3 horas depois?
A rotina da monotonia agrega no corpo das pessoas que elas acabam achando mais comum do que parece, esquecendo que a rotina qual levamos atualmente é aquela que apenas os ignorantes levam, pois queremos mais do que possamos conseguir, mas mesmo assim nos matamos ou matamos o outro para conquistar, sem pensar no próximo ou na amizade, apenas para fazer média e fingir felicidade.
Uma rotina que não leva a nada e a lugar algum, a não ser a satisfação momentânea que após acabar aquele "bem-estar", logo o tédio e o rancor voltará, pois a contrariedade é maior e anseio de posse, mesmo que irrelevante, o ter importa mais do que qualquer outra coisa neste mundo.
O mundo em que ninguém quer estar, mas os indícios para caminhar até ele eram claros e objetivos, "zumbificando" os sentidos e os prazeres, e fazendo tudo para fazer os outros se sentirem bem, e não por vontade ou gosto pessoal.
Por: Patrícia Visconti
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