Batalhadora, guerreira, solidária, companheira, brava (sim), mas muito carinhosa.
Filha, esposa, mãe, vó e até vó postiça dos bebês lá da rua, que sempre o chamavam carinhosamente de vó.
Nasceu no interior de São Paulo, em plena guerra dos mineiros contra os paulistas, no conflito intitulado café com leite, em 1932.
Uma virginiana de decisões e posições fortes, nunca levou desafora para casa, mas também não era de se arrumar confusões com ninguém, sempre muito querida, amada, e prestativa com todos.
Filha de uma família grande, desde cedo soube o que era compartilhar com os irmãos, desde os alimentos até roupas e calçados. Começou trabalhar cedo, quando ela pensou que começaria andar, já era para trabalhar (isso é o que ela falava sempre... rs).
Nunca foi à escola, mas era uma sábia, que só sabia escrever o próprio nome.
Aos 18 anos se casou, afinal era final da década de 40, isso era corriqueiro às moças daquela época. Teve três filhos, sempre enérgica os criou para ter educação e responsabilidade. Mas ainda pequenos, pegou seus marido e seus filhos, subiu no primeiro caminhão de mudança e veio para São Paulo tentar a vida na cidade grande, seu pai entristeceu pela atitude dela, mas ela não pensou duas vezes, e respondeu: "Pai, quando você pegou seus filhos pequenos e se mudou do interior de São Paulo, ao interior do Paraná, ninguém perguntou quem queria, ou não queria. Então, deixa que da minha vida faço eu agora", e saiu rumo a cidade grande.
Nos começo dos anos 80, perdeu um de seus filhos. O sofrimento foi horrendo (infelizmente, eu não conheci esse tio, mas imagino quão foi duro aguentar a perda), sempre a lembrava com carinho deste filho, mas os outros dois sempre a consolaram.
Não construiu fortuna, mas criou seus filhos dignamente, onde eles puderam se casar, ter seus filhos, trabalhar, construir seus bens, estudar, ver seus filhos e netos se formando da faculdade, e assim poder assegurar que sua velhice seria confortável e feliz. Porque apesar dos altos e baixos da vida, só é infeliz quem quer.
Viveu quase 60 anos casada, com muito amor e carinho, claro, que o gênio forte dela fez que houvesse algumas briguinhas, mas pela calma e tranquilidade do vô, que sempre confortava.
Uma guerreira, forte e batalhadora, que nunca deixou um amigo na mão, sempre ajudando, mesmo com pouco, mas de coração aberto e verdadeiro.
Te amamos vózinha e para sempre iremos te amar!
Pá e Pi
Comentários